terça-feira, 10 de agosto de 2010

Texto do presencial

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO




UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – UFG/UAB



FACULDADE DE ARTES VISUAIS



CURSO LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS





Disciplina: Psicologia da arte



Tutora: Laura Boletti



Acadêmicos: Messias Menezes Filho



Samantha Maria Martins Catein







A criatividade se destaca na identificação de habilidades e talentos, sendo que a atividade artística está intimamente ligada à esta. A sobrevalorização da criatividade na arte é um mito? Uma ideologia sustentada por motivos culturais, políticos e econômicos?



O valor atual da obra não implica que ela sempre foi valorizada. A valorização do trabalho de arte muda de acordo com sua função na sociedade. Como exemplo tem-se as pinturas rupestres que provavelmente tinham funções ritualísticas e mágicas, mas não artísticas.



Até que ponto o trabalho com ‘arte’ é realmente arte? A arte seria somente os trabalhos realizados por pura inspiração ou criatividade, sem nenhum compromisso com venda ou subsistência? A arte japonesa ligada às concepções filosóficas e religiosas considerava os artistas pessoas de grandes qualidades espirituais. No Egito e no Ocidente por toda a Idade Média a arte era anônima, sem identificação de autoria. No início da era moderna, a supervalorização dos artistas que foram elevados ao status de gênios. Mais precisamente no Renascimento como resgate da tradição clássica greco-romana. Ao conceito de gênio está implícito o que ele pode fazer, o homem não vale pelo que é, mas pelo que faz, ao contrário dos conceitos da antiguidade clássica, quando o trabalho adquire novo valor cultural.



O labor é uma necessidade para manutenção da vida, tornando mais longa e fácil cujo produto caracteriza-se por não ter durabilidade. O trabalho constrói o mundo tornando-o mais útil e belo. O homo faber que faz ferramentas e utensílios é autor da artificialidade. A durabilidade dos objetos em oposição da fugacidade dos bens de consumo, confere a dimensão cultural da humanidade. A ação como complemento do discurso nada produz para consumo ou uso, sendo uma atividade efêmera, sua realidade depende inteiramente da pluralidade humana e suas relações. Assim, chama-se arte os objetos sem qualquer função ou utilidade, representando apenas valores culturais. O que quer que façamos, devemos fazê-lo para ganhar o próprio sustento, a única exceção é o artista!

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